sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007
Horas felizes, luz com cheiro
Um quarto para as cinco de uma luz que é impossível de melhorar. Aqui, todas as horas são lapidadas em variações do meio-dia. Têm cheiro próprio, marcado pelas mudanças do vento. Do Levante, matinal, anuncia o mar e chega com travo a sal. Da nortada, à tarde, inunda tudo com esteva da serra e calor do Alentejo, que vem perdido em oliveiras e alfarrobeiras, até se cruzar com o doce das figueiras. Mas no ocaso, o tempo pára. Porque o silêncio cala a minha brisa, enquanto aguardo a chegada de Vénus. Este mundo fica entre o Mar e a Ria.